plural

PLURAL: os textos de Juliana Petermann e Eni Celidonio

Dia Mundial Brasileiro do Rock
Juliana Petermann 
Professora universitária

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O 13 de julho guarda uma simpática celebração: comemoramos o dia mundial do rock. Comemoramos? Mas e quem é que comemora? Começo contando uma peculiaridade: o dia mundial do rock não é tão mundial assim. A bem da verdade, é só brasileiro. Durante o Live Aid, em 1985, Phil Collins teria dito que aquele deveria ser o dia do rock. Quase ninguém levou a sério, com exceção de algumas rádios no Brasil que institucionalizaram o "Dia Mundial do Rock". Para mim, problema algum. Muito pelo contrário. Principalmente hoje, com a dureza dos dias que vivemos no nosso país, essa data até serve para dar uma desopilada. Acho ainda mais: lindo seria ter um dia para cada gênero. Dia do samba, do funk, da MPB. Marco um x no calendário e separo uns discos. Dias para celebrar músicas não hão de incomodar ninguém.

UMA RESSALVA

Quando eu falo de rock, e em celebrar o gênero e sua história, o que lhe vem à cabeça? A primeira vez que você ouviu Beatles? A jovialidade de Mick Jagger? Seu primeiro LP do Ramones? As notas de Pearl Jam que embalaram sua juventude e seguem contigo junto com a camisa xadrez desbotada? Essas cenas fazem parte da sua história com o rock? Eu poderia dizer sim para todas essas perguntas. E, por isso mesmo, tenho uma ressalva a fazer: meu único incômodo com essa data é que quando celebramos o rock e sua história retomamos quase que imediatamente capítulos escritos pelos homens. E as mulheres na história do rock? Na minha história com o rock há muitos capítulos escritos por mulheres. O primeiro CD que comprei, no ano de 1996, foi uma coletânea de Janis Joplin. O pôster que decorava o meu quarto na adolescência era de uma banda constituída só por mulheres, o L7. Nos últimos anos, o disco mais ouvido por mim, de acordo com meu Spotify, foi Blue, de Joni Mitchell.

REESCREVER A HISTÓRIA

Embora homens e mulheres tenham o mesmo potencial criativo e artístico, as meninas são pouco incentivadas musicalmente. A carreira musical pode ser uma trajetória de assédio e de violência. A indústria da música pode ser bastante cruel, subjugando talento a padrões estéticos. Por isso, e por tantos outros motivos, o rock, e a música, em geral, ainda são redutos predominantemente masculinos, infelizmente. Que a gente possa comemorar o dia do rock, reescrevendo a sua história, a partir de uma perspectiva mais diversa. Que os próximos capítulos sejam marcados pelo protagonismo feminino e que o dia mundial do rock, ainda que comemorado só no Brasil, seja também um dia para celebrar as mulheres do rock.

Deu match?
Eni Celidonio
Professora universitária

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A grande vantagem de viver atravessando dois séculos, o 20 e o 21 é, não só a velocidade com que as coisas mudam, como internet, micro-ondas, geladeiras que não precisam ser descongeladas (glória das glórias), computadores, como também a quantidade de palavras que entram no nosso vocabulário e não nos damos conta.

Quando estava no mestrado, em 1992, eu comprei meu primeiro computador, um Itautec que, ao ser ligado, entrava em DOS (só os jurássicos sabem o que é isso): tinha que digitar WIN para entrar no windows. A impressora era moderníssima, matricial (não vou explicar o que é; procurem no google). Tempos depois troquei o computador por um Compaq. Gente! Que moderno! Ele mal ligava e já apareciam os aplicativos do Windows, um sucesso E tinha drive de disquete e de CD. Uma maravilha! Mais tarde troquei tudo e passei a usar o suprassumo da vida moderna: um computador cuja tela era fina, totalmente diferente daquele trambolho que ocupava mais da metade da minha mesa. E cheguei finalmente na era dos notebooks Vaio.

Sim... Agora eu usava um notebook, e sério, CPU, tela, teclado, drives pra tudo, meus sais, tudo numa pastinha! E eu pensei que já estava no ápice da modernidade. E eis que vou trocar de máquina, chego numa loja e olho o primeiro Vaio, olho o segundo, o terceiro... Cadê o drive de CD? Pergunto ao vendedor, ele me olha como se eu tivesse acabado de sair de um sarcófago e me responde: "Senhora, não se faz mais esse drive de CD, agora eles vêm com entrada para pen-drives". Fiz a Maísa: "meu mundo caiu!". Já não chega eu ter passado todos os meus disquetes para CD? Agora eu ia ter que passar todos os meus CDs para Pen-drives, seja lá o que isso queira dizer? Enfim estou usando centenas de pen-drives, com aulas, apresentações, arquivos de tudo que é tipo e qualidade. Esse parágrafo reúne tudo o que me aconteceu em dez anos na minha vida cibernética (nem vem dizendo que não tem nada a ver essa palavra, que eu sempre quis usar e nunca tive oportunidade, que seja, cibernética!). Isso sem contar os I: Ipad, Iphone, Ipod. Gente, tem telefone que é muito melhor de tirar fotos que muita máquina fotográfica por aí. Tem gente que só tem telefone por causa da internet, telefona pelo WhatsApp, sério... Coisa mais maluca!

Agora, imagine que além dessas mudanças, surgem palavras que a gente não tem a mínima ideia do que querem dizer? É um tal de "deu match", "cringe" e lá vai fumaça, que eu fico tonta só de ouvir ou ler. Mas eu me vingo... Sempre que me perguntam se deu match, eu respondo: Tenha pachorra! Você, tão janota, acartado, parece um petiz! Papo mais chumbrega!

Captaram?

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